Saiba distinguir entre o que você pode controlar e o que não pode

A feli­ci­da­de e a liber­da­de come­çam com a cla­ra com­pre­en­são de um prin­cí­pio: algu­mas coi­sas estão sob nos­so con­tro­le e outras não estão. Só depois de acei­tar esta regra fun­da­men­tal e apren­der a dis­tin­guir entre o que pode­mos e o que não pode­mos con­tro­lar é que a tran­qui­li­da­de inte­ri­or e a efi­cá­cia exte­ri­or tor­nam-se pos­sí­veis. Sob nos­so con­tro­le estão as nos­sas opi­niões, aspi­ra­ções, dese­jos e as coi­sas que nos cau­sam repul­sa ou nos desa­gra­dam. Essas áre­as são jus­ti­fi­ca­da­men­te da nos­sa con­ta por­que estão sujei­tas à nos­sa influên­cia direta.

Temos sem­pre a pos­si­bi­li­da­de de esco­lha quan­do se tra­ta do con­teú­do e da natu­re­za de nos­sa vida inte­ri­or. Fora de nos­so con­tro­le, entre­tan­to, estão coi­sas como o tipo de cor­po que temos, se nas­ce­mos ricos ou se tira­mos a sor­te gran­de e enri­que­ce­mos de repen­te, a manei­ra como somos vis­tos pelos outros ou qual é a nos­sa posi­ção na soci­e­da­de. Deve­mos lem­brar que estas coi­sas são exter­nas e, por­tan­to, não depen­dem de nós. Ten­tar con­tro­lar ou mudar o que não pode­mos só resul­ta em afli­ção e angústia.

Lem­bre-se: as coi­sas sob nos­so poder estão natu­ral­men­te à nos­sa dis­po­si­ção, livres de qual­quer res­tri­ção ou impe­di­men­to. As que não estão, porém, são frá­geis, sujei­tas a depen­dên­cia ou deter­mi­na­das pelos capri­chos ou ações dos outros.

Lem­bre-se tam­bém do seguin­te: se você achar que tem domí­nio total sobre coi­sas que estão natu­ral­men­te fora de seu con­tro­le, ou se ten­tar assu­mir as ques­tões de outros como se fos­sem suas, sua bus­ca será dis­tor­ci­da e você se tor­na­rá uma pes­soa frus­tra­da, ansi­o­sa e com ten­dên­cia para cri­ti­car os outros.

Refe­rên­cia: Epic­te­to, D. (2006). A arte de viver.

Rosá­lia dos San­tos
Rosá­lia Pinhei­ro dos Santos

error: Content is protected!